O nojo muitas vezes pode ser um sistema complexo de proteção que expressamos para resguardar nossos valores, virtudes e crenças quando algo ou alguém pela nossa percepção nos causa desagrado, seja pelos comportamentos e atutudes ou pelos resultados apresentados e totalmente fora das nossas expectativas.

Como resultado desta percepção e interpretação, tendemos a rejeitar e afastar o que nos causa nojo, evitando a todo custo o contato e até mesmo a convivência com tais indivíduos ou situações que geraram este sentimento e emoção.

Porém, nem sempre este nojo e repulsa expressa a realidade externa, e nossa percepção e interpretação pode estar afetada, principalmente por componentes emocionais ou por experiências passadas.

É claro, que em nossa evolução, aprendemos instintivamente a conhecer aquilo que devemos evitar a todo custo e que pode nos causar algum mal, seja no aspecto de saúde mental e física ou cultural, ética e moral.

Mesmo sendo uma fonte poderosa de autoproteção, o nojo pode ter um aspecto inconsciente, e baseado em fatores externos, que estão fora de nosso controle, e aos quais depositamos muita ou pouca expectativa, totalmente desalinhados com nossa intenção.

O resultado disso, é em último caso o isolamento autoimposto de tudo e de todos, que leva a hábitos e vícios inconscientes que começam com experiências objetivas e reais, porém se tornam padrões comportamentais que levamos a todos os aspectos de nossa vida pessoal e profissional, supondo que os acontecimentos e encontros futuros serão exatamente iguais.

Desta forma, passamos a afastar e evitar o contato, convivência e relacionamentos no menor sinal de desagrado, rejeitando e afastando o fato gerador, sem fazer qualquer tipo de ponderação ou reflexão a respeito da causa real, dos sintomas e principalmente dos objetivos.

Além disso, este nojo e desagrado pode também acabar sendo direcionado a si mesmo, o que acaba por gerar uma baixa autoestima com relação aos próprios comportamentos e atitudes.

Para refletir a respeito, é preciso saber exatamente se este nojo refere-se a expectativas reais e conscientes, que estão sob seu controle, sua alçada e alinhados aos seus esforços, ou se estão apoiadas em expectativas irreais e insconscientes, que estão fora do seu controle e completamente desalinhados aos seus esforços e intenções.

NOJO: Energia (5) / Agradabilidade (1)

Para encontrarmos o real sentido e sensação do nojo, é preciso se perguntar:

O que é e o que significa sentir isso?
Como sei que estou sentindo isso?
Como percebo este sentimento/emoção nas outras pessoas?
Como normalmente expresso este sentimento/emoção?
Este tipo de sentimento/emoção atende ou não as minhas necessidades?
Que tipos de situações me permitem sentir isso?
Que tipo de valores ou crenças estão por trás deste sentimento/emoção?
Que reações fisiológicas percebo no meu corpo quando estou sentindo isso?